A população está cada vez mais cinzenta e não estamos preparados para isso. O envelhecimento é uma experiência universal e não tem que rimar com solidão, incapacidade e dependência dos outros. Hoje, os idosos cuja saúde está em declínio ou se retiram da vida social e ficam em casa ou, quando seu estado se deteriorou ainda mais, mudam-se para um lar de idosos. Uma grande parte dos idosos não se encaixa em nenhuma destas opções, embora ainda precisem de algum tipo de apoio na vida cotidiana - eles são ativos e animados, mas lutam com o envelhecimento sozinhos. Para ter em conta o contexto, em 2018, 4 em cada 10 mulheres na UE com idade igual ou superior a 65 anos viviam sozinhas e cerca de um décimo das pessoas idosas enfrentou encargos decorrentes dos seus custos de habitação. Hoje, muito provavelmente, ainda mais pessoas idosas têm dificuldade em pagar a sua habitação. Estou convencido de que a coabitação é uma ótima solução para este desafio. É um tipo de habitação colaborativa onde os idosos vivem juntos em um ambiente comunitário. Benefícios? Custo acessível (dividido por todos os habitantes), espaço acessível concebido tendo em mente as necessidades dos idosos, serviços de apoio disponíveis (cuidados de saúde, preparação de refeições, transporte), independência, combate à solidão e, por último, mas não menos importante - apoio mútuo e interação social. A investigação mostra que a ligação social ajuda os idosos a manterem-se afiados e felizes, melhorando a flexibilidade cognitiva e a saúde mental. A coabitação deve ser desenvolvida com urgência, com o apoio financeiro da UE, dos Estados-Membros ou dos governos locais.